A Hérnia Discal corresponde a um deslocamento de parte do disco intervertebral para fora da sua localização anatómica normal, podendo comprimir as estruturas nervosas vizinhas, causando dor e alterações neurológicas.
Os discos intervertebrais são estruturas esponjosas e fibrosas, que se localizam entre cada vértebra da coluna vertebral. Estes funcionam como um amortecedor, cujo objectivo é absorver impactos e evitar o atrito entre as estruturas ósseas, garantindo a sua mobilidade.
O disco intervertebral é dividido em duas partes: um anel fibroso mais externo e um núcleo pulposo. Entender a estrutura do disco contribui para a compreensão da diferença entre protrusão discal e hérnia discal.
Quando ocorre o desgaste do disco intervertebral e o anel fibroso não é rompido, temos o quadro denominado protusão discal. Por sua vez, se o núcleo pulposo que constitui a parte central do disco intervertebral, ultrapassa o anel que o envolve (havendo o rompimento do anel fibroso circundante, temos um quadro característico de hérnia discal. Conforme a sua localização na coluna vertebral, designa-se por hérnia discal cervical, dorsal (ou torácica), e lombar.
Sintomas
Hérnia Cervical
- Dor e/ou dormência nas mãos, braços e/ou no pescoço
- Alterações da sensibilidade
- Fraqueza muscular na zona superior do corpo
Hérnia Dorsal ou Torácica
- Dor na zona dorsal e torácica
- Perda de força no tronco e membros inferiores
- Alteração do padrão de marcha
Hérnia Lombar
- Dor contínua ou intermitente nas costas
- Dor irradiada ao membro inferior, atingindo a perna e o pé
- Fraqueza muscular e/ou dormência na zona inferior do corpo
Causas
Dependendo do envelhecimento e da carga exercida sobre os discos intervertebrais, estes sofrem um processo de degenerescência que consiste na:
- Perda do seu elevado índice de água;
- Perda da elasticidade e da capacidade para amortecer as cargas.
Estudos por ressonância magnética mostram que aos 35 anos, cerca de 30% da população já apresenta alguma degenerescência discal, sendo que, aos 60 anos esta percentagem ronda os 90%.
O desgaste natural das vértebras como resultado de movimentos repetidos ao longo do tempo, bem como o suporte de cargas excessivas são as causas principais de degenerescência dos discos intervertebrais e hérnia discal. Os discos da coluna vertebral perdem parte do seu núcleo pulposo como parte do normal processo de envelhecimento. Essa redução no fluido torna-os menos flexíveis e mais propensos à hérnia.
A Hérnia Discal tem cura?
Em condições normais a hérnia discal não tem cura, no entanto em mais de 90% dos casos, os sintomas regridem ao fim de 4 a 6 semanas. Na fase inicial pode ser tentado um tratamento conservador (tratamento da dor e posterior estimulação muscular), e apenas em casos excepcionais se recorre a procedimentos cirúrgicos. Assim, entende-se que o objectivo do tratamento em pacientes com hérnia discal é melhorar a estabilidade da coluna vertebral, prevenindo os sintomas e a progressão da doença. Além da Terapia de Bowen, fazer exercícios físicos específicos de forma regular é muito importante, assim a Fisioterapia, o RPG (reeducação Postural Global), Pilates e Yoga podem contribuir para o alívio das dores e o estímulo da mobilidade das zonas afectadas.
Prevenção
- Usar técnicas adequadas para levantar pesos. Não dobrar a cintura, mas sim os joelhos, usar os músculos das pernas, mantendo as costas direitas;
- Manter um peso equilibrados e saudável. O excesso de peso aumenta a carga na região lombar;
- Manter uma postura correcta ao caminhar, ao sentar-se, ao ficar em pé e a dormir;
- Fazer frequentemente exercícios de relaxamento e alongamentos quando se estiver sentado durante muito tempo;
- Evitar sapatos de salto alto;
- Fazer exercício físico regular, tonificando os músculos das costas, pernas e abdominais.
Hérnia Discal e a Terapia de Bowen
A Terapia de Bowen é uma prática terapêutica complementar que consiste na aplicação de movimentos suaves na superfície da pele, em pontos-chave do corpo. Estes têm como principal finalidade quebrar padrões de dor (muscular, óssea e tendinosa), aliviar tensões acumuladas e induzir de forma natural o relaxamento e o reequilíbrio do corpo.
A experiência tem mostrado que apesar da técnica se basear em movimentos suaves, aplicados no tecido conjuntivo superficial, conseguem-se resultados concretos e duradouros no tratamento das patologias do disco intravertebral (protrusões e hérnias discais), providenciando uma resposta eficaz e rápida na diminuição da pressão na zona do disco afectado.
A maioria dos pacientes sente um imediato alívio da dor logo após a primeira sessão, mas normalmente são necessárias 4 a 6 sessões para providenciar resultados mais permanentes (em função da circunstância de cada pessoa e da severidade do problema).